Esse texto é sobre dias cinzentos
e nuvens carregadas. Hoje tomei a liberdade de acessar todos os blogs que
viessem à minha frente, e o último deles que caiu na tela do meu laptop ruim
foi o de uma garota que escreve muito bonito. Um desses textos bonitos falava
sobre dias cinzentos e nuvens carregadas, e ao longo dele a garota descrevia o
quanto é sufocante e terrível a sensação de estar presa a um dia como esse, um
dia em que nem chove nem clareia. Bem, há alguns meses venho matutando sobre
isso, e acho que ao ler esse texto cheguei a uma conclusão.
Concluí que há muitos tipos de
pessoas, e que a maioria delas podem ser divididas em grupos, de muitas formas
e variações diferentes. E há um setor dessas categorias onde elas podem ser
divididas em dois: Os pessimistas e os otimistas. Não falo isso como as pessoas
costumam interpretar, usando aquele velho estereótipo de quinta série, sendo os
otimistas cegos e bobalhões, alheios ao mundo à sua volta, e os pessimistas
aqueles seres rabugentos que vivem a resmungar e franzir o cenho. Não. Esses
são Pollyanna e Mr. John Pendlenton, mas não estamos em um livro.
A vida real é feita de fatos, e
um dos fatos é que nada conspira contra ou a nosso favor, e que por isso muitas
vezes encontramos alguns obstáculos no caminho – alguns bem visíveis, e outros
não. Alguns vêm bem sutil e naturalmente, como um dia cinzento e algumas nuvens
carregadas. E então, vem outro fato da vida real: É feita de escolhas. Isso,
podemos escolher o modo como reagimos diante das coisas, dos obstáculos e dos
presentes que o acaso nos dá. E outra: Isso de obstáculo e presente é questão
de opinião... Questão de escolha, também... como eu disse, você escolhe como
reagir.
Então eis que surge um dia desses
na sua programação. Aquele mormaço, vai-não-vai da chuva e você começa a entrar
em desespero... é nessa hora que eu paro, suspiro, fecho os olhos diante da claridade
do céu nesses dias, e sinto. Sinto o vento gelado nos meus braços e nas minhas
orelhas, e entrando nas minhas narinas de acordo com a minha respiração. Daí eu
agradeço por tudo, tudo. Agradeço, principalmente, por ter a capacidade de
agradecer enquanto outro pragueja. É uma capacidade admirável e tenho muito orgulho de mim mesma por isso, não sou nem um pouco modesta e admito. Admito e agradeço.
Obrigada.