Lá, cá, acolá... Bah!

Eu não sei bem quem sou. Essa é a maior verdade da minha vida, e hoje eu declaro a vocês a minha derrota. Não que eu tenha desistido de viver, mas desisti de viver tentando controlar a vida. Esta, que de minha parte é uma bagunça total. Aquela bagunça organizada, onde só mesmo o dono dela a pode entender.
Eu sou a dona da minha bagunça, e digo que nela se encontram pedaços de Cazuza, cacos de Renato, trapos de alguns professores que passaram pela minha vida – ou eu pela deles –, e mais um monte de papéis picotados onde podem ser identificadas mais mil pessoas que admiro, pessoas que me inspiram a cada dia um pouco mais.
Antes de tudo, preciso contar uma coisa a vocês. Sabem eu, esta pessoa que vos escreve? É, pois é, eu não sou eu. Eu não sou eu, primeiramente porque não sei quem sou, e não tenho certeza de que se soubesse ainda o seria com tanta naturalidade... Mas enquanto vivo essa doce dúvida amarga, absorvo um pouco de tudo o que vejo, tudo o que ouço. E faço isso porque sou fraca. Ou forte, ainda não sei.
Meu Deus, há tanta coisa a aprender!
Eu sempre fui uma pessoa muito sensível à informações e emoções alheias, o que me torna quase uma esponja já podre de tanta sujeira misturada com sabonete de morango... Em filmes, por exemplo, se simpatizo com o personagem, eu simplesmente o absorvo e passo a me sentir como ele durante as próximas doze horas. Se ele chora, eu choro. Se ele enlouquece, enlouqueço também.
Se leio um livro, lá está a droga do meu cérebro esponjoso novamente, sugando tudo o que meus olhos avistam nas infinitas linhas que definem o caráter do personagem, e então se ele é forte, eu sou forte. Se é fraco...
E não sei mais onde eu queria chegar com esse texto. Mas acabei de assistir o filme de Cazuza, e meu lema durante as próximas 12 horas é vida louca... Então, pra quê chegar a algum lugar? Já estive ali e aqui, estou cá, e – creio eu – um dia chegarei lá. Mas enquanto no papel o lá ainda for lá, esse dia jamais chegará.

8 comentários:

  1. Eu diria pra continuar assim, mas nos 'molduramos' conforme a onda que nos leva nessa vida louca. =]

    ResponderExcluir
  2. Que engraçado, já faz um bom tempo que eu escuto minha mãe falar: toma cuidado com essa mania de ser esponjinha. Nunca tinha ouvido ninguém compartilhar desse "adjetivo", ou desse "traço de personalidade".

    E incrível - eu também me envolvo demais com os personagens de filmes, quando bem interpretados.

    Enfim. Bom saber que não somos sozinhas no mundo!

    ResponderExcluir
  3. adooorei seu texto (:
    estou te seguindo viu ? ;D

    ResponderExcluir
  4. E se você ver um filme de terror? Vai sair por aí aterrorizando geral? (só pra descontrair) haha...
    Cazuza... Grande cara! terminei de ler o livro mês retrasado consegui o fazer em uma semana, o que para mim é um milagre! haha
    beijo menina! :)

    ResponderExcluir
  5. Gostei do texto. Mas acho que é normal, e talvez a graça esteja realmente em não saber quem é: Mas ser. Pode acreditar que essa sua capacidade de absorver as coisas vai te trazer muitas coisas boas. Beijo.
    PS: Amei seu comentário, muitíssimo obrigada.

    ResponderExcluir
  6. engraçado que hoje estou perdidinha... tambem nao sei de nada... :(

    ResponderExcluir
  7. Vim aqui agradecer pelo comentário lá no meu blog (: encontrei o seu pelo blog da Ná, do "A Day In The Life", tô seeeeempre visitando o dela e vi o seu lá.
    Beijo.

    ResponderExcluir
  8. O que vai acontecer se você assistir: "O Estranho Mundo De Jack"? Vai virar uma caveira feita de massinha de modelar?

    ResponderExcluir

"Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas"
Clarice Lispector"